Em pronunciamento recente na Câmara de Vereadores a Vereadora Lindamir abordou o tema da votação junto ao STF sobre a aprovação da Lei dos Fichas Limpas, a seguir conferimos o texto na integra da fala da Vereadora junto ao Plenário da Câmara Municipal.
"No final de dezembro um jornal elaborado pelos alunos e professores de Centro Educacional do Município convidou-me para uma entrevista.
Indagaram sobre a minha vida profissional como educadora, sobre outros aspectos e não faltaram questões sobre política.
Uma das perguntas formuladas foi: “ que valores morais você considera importante num político”. A minha resposta: infelismente os valores que determinam boa tarde da classe política são o individualismo, o imediatismo, a competição e a corrupção.
Mas na realidade o político deve dar exemplo de honestidade, responsabilidade, justiça e bom senso. E o político não deve só falar, mas também praticar o que é correto.
Neste domingo passei a tarde toda lendo os jornais que não tive tempo de ler durante a semana. Todos eles, indistintamente falam sobre a decisão votada no STF sobre a FICHA LIMPA.
Alguns poucos jornalistas, escritores e leitores colocam-se ao lado do grupo majoritário do STF que decidiu que a LEI DA FICHA LIMPA só pode valer para as eleições de 2012.
Embora tal decisão contrarie uma grande parcela da nossa população, a decisão ditada está tecnicamente correta. Contrariar a Constituição Federal é um mal infinitamente maior do que dar uma sobre vida a eventuais acusados de corrupção.
Afinal, como dizia Winston Churchill, a “democracia é o pior dos regimes inventados, exceto todos os demais”.
Nesta triste história de fichas limpas e sujas, constatamos o seguinte: - o corporativismo impera no Brasil, grande parte dos eleitores continua votando nos fichas suja, e a única realidade jurídica que existe no Brasil é a impunidade dos ladrões de colarinho branco.
E ainda existem personalidades supremas do judiciário dizendo que a Lei da FICHA LIMPA não é democrática.
A decisão frustrou, por enquanto, mais uma bem-intencionada tentativa de moralizar os costumes políticos. O Supremo deu um tapa na cara da sociedade brasileira com essa votação.
Desculpem-me os que assim não pensam, mas, para mim, FICHA LIMPA não precisa de lei. Nós, os eleitores, aí eu me incluo, é que, independentemente de lei, devemos não votar, nos candidatos que comete crimes.
E não precisam nem ter sidos condenados!!!!!! Que sejam candidatos !!!! É só não votar neles.
“O princípio da moralidade” é um princípio constitucional. Este deveria estar acima de qualquer outro, devido à própria legitimidade emanada dos representados, os eleitores, porque tanto a moralidade como o interesse público fazem parte da legalidade administrativa.
A novidade hoje não é a presença da corrupção, dos FICHAS SUJAS ou Limpas, mas é a informação sobre ela, a indignação em vários níveis e, especialmente a possibilidade de iluminá-la.
Como diz um ditado antigo: “o sol é o melhor detergente”. Começarmos a limpar quando colocamos a roupa para quarar.
E hoje temos instâncias na sociedade que permitem – ou mesmo propiciam – a transparência na política. Felizmente isso é um avanço, ou seja, evolução positiva. A democracia se tornou um valor a ser protegido.
É difícil de acreditar que tenhamos de perder tempo discutindo uma coisa que é fundamental a qualquer ser humano: ter a sua ficha limpa.
No caso dos políticos, e nosso caso, isso é o mínimo que podemos exigir de alguém que se diz “defensor dos direitos do povo “.
Temos que demonstrar e agir com responsabilidade, comprometimento, respeito, ética e união e ter que provar através de ações que a política vale a pena e que um político não pode ser julgado pelos ato de outros e que os atos de todos não servem para o julgamento de um.
A política, antes de constituir-se nua profissão é um dom a exigir ação missionária, que prescreve inclusive o ofício da paciência. A política também se impõe consagrar-se à causa abraçada.
Terminando sito a frase do escritor norte americano John Steinbeck (1902-1968) “O Poder não corrompe, o medo corrompe. Talvez o medo de perder o poder”."